Trump ameaça Brics com tarifas ‘de 100%’ se tentarem acabar com domínio do dólar
Bloco quer atuar de maneira mais independente do uso do dólar nas suas transações internas. Trump durante evento de campanha na Carolina do Norte em 4 de novembro de 2024
Reuters/Jonathan Drake/File Photo
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu neste sábado (30) que os países membros do Brics se comprometam a não criar uma nova moeda ou apoiar outra moeda que substitua o dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.
“Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics, nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano, caso contrário, eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana”, escreveu Trump em sua rede social, Truth Social.
“Eles podem procurar outro ‘otário’. Não há nenhuma chance dos Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos”, acrescentou Trump.
Desde janeiro deste ano, o Brics tem dez membros plenos. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se uniram ao bloco como membros permanentes Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
Procurados, a Presidência da República do Brasil e o Ministério de Relações Exteriores do país não comentaram.
Em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, em reunião de cúpula dos países do Brics em Kazan, na Rússia, que o bloco de países emergentes avance na criação de meios de pagamento alternativos entre si, fugindo da necessidade de uso do dólar.
O desenvolvimento de um mecanismo de compensação de pagamentos em moedas locais é uma das prioridades do Brasil no Brics, que quer ver o bloco menos dependente do uso do dólar nas suas transações internas.
O Brasil assume a presidência do bloco a partir deste ano e durante 2025, e tem a intenção de acelerar essa proposta e também ampliar a atuação do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco do Brics, atualmente presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Encontro com primeiro-ministro canadense
Neste sábado, Donald Trump também se encontrou com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e disse que tiveram uma reunião “muito produtiva”.
Nela, os líderes discutiram questões relacionadas à fronteira e outros tópicos, incluindo comércio, energia e o Ártico.
“Discutimos muitos tópicos importantes que exigirão que ambos os países trabalhem juntos para resolver, como a crise do fentanil e das drogas que dizimaram tantas vidas como resultado da imigração ilegal, acordos comerciais justos que não prejudicam os trabalhadores americanos e o enorme déficit comercial que os EUA têm com o Canadá”, disse Trump em um post no Truth Social.
“Trudeau se comprometeu a trabalhar conosco para acabar com essa terrível devastação das famílias americanas”, acrescentou.
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