Hospitais de Gaza correm risco de fechar por falta de combustível; Hamas faz ‘alerta urgente’
Atividades podem ser paralisadas em até 48 horas, informou o Ministério da Saúde nesta sexta (22). Combustível é necessário para manter geradores em funcionamento. Palestinos observam danos após as forças israelenses se retirarem da área ao redor do hospital Kamal Adwan, ao norte de Gaza
Stringer/Reuters
Os hospitais da Faixa de Gaza vão fechar ou reduzir suas atividades em 48 horas devido à falta de combustível, advertiu nesta sexta-feira (22) o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas, informou a Agência France-Presse (AFP).
O Ministério da Saúde de Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária, fez um “alerta urgente”, pois todos os hospitais do território terão suas atividades afetadas “devido à obstrução da entrada de combustível” por Israel, segundo a agência.
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O combustível é necessário para manter os geradores de energia em funcionamento, visto que há escassez de energia elétrica no território palestino devastado pela guerra.
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou-se “profundamente preocupada” com a situação de 80 pacientes, oito deles em cuidados intensivos, e do pessoal do hospital Kamal Adwan, um dos únicos que funcionam parcialmente no norte de Gaza.
Na quinta-feira (21), um ataque israelense atingiu o hospital e danificou o gerador e a cisterna, acrescentou o diretor da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O diretor do hospital, Hossam Abu Safiyeh, disse à AFP que o estabelecimento voltou a ser alvo de ataques israelenses nesta sexta. A Defesa Civil reportou 12 mortos e vários feridos em bombardeios no leste e ao sul da Cidade de Gaza.
“Perdi toda a minha família, 10 pessoas, e sou o único que resta”, disse Belal em uma sala do hospital Al Ahli, para onde as vítimas foram levadas.
As autoridades israelenses afirmaram que tinham “eliminado cinco terroristas do Hamas”, entre eles dois responsáveis por “assassinatos e sequestros” em 7 de outubro de 2023, em Israel, em um ataque na região de Beit Lahia (ao norte), na madrugada de quinta.
O bombardeio deixou dezenas de mortos e desaparecidos, segundo fontes médicas do território palestino.
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Em outubro, o Exército israelense lançou uma ofensiva no norte de Gaza, que deixou mais de mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do território, com o objetivo de impedir o movimento islamista reconstruir suas forças na região.
No dia 7 de outubro de 2023, milicianos islamistas fizeram uma incursão no sul de Israel que resultou na morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais israelenses, que incluem os reféns mortos.
Dos sequestrados, 97 seguem em cativeiro em Gaza, mas o Exército israelense estima que 34 deles morreram.
A ofensiva militar israelense em represália matou ao menos 44.056 pessoas no território palestino, em sua maioria também civis, segundo dados do Ministério da Saúde, considerados confiáveis pela ONU.