Ex-advogado de Trump é condenado a entregar apartamento em Nova York, Mercedes e relógios à Justiça após perder processo

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Rudolph Giuliani, que também é ex-prefeito da maior cidade dos EUA, foi condenado por difamação contra duas mulheres que trabalharam nas eleições americanas de 2020. Suor misturado a tinta para cabelo escorre pelo rosto de Rudy Giuliani, então advogado de Donald Trump, durante entrevista coletiva em que insistia em acusar, sem provas, as eleições americanas de fraudadas
Jacquelyn Martin/AP
O ex-advogado de Trump deverá entregar seu apartamento em Nova York, 26 relógios de luxo e uma Mercedes de 1980 que pertenceu à estrela de cinema Lauren Bacall após perder um processo em que foi acusado de difamação. O juiz Lewis Liman publicou a decisão nesta terça-feira (22).
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As propriedades de Giuliani deverão ser convertidas em indenizações para Ruby Freeman e sua filha, Wandrea “Shaye” Moss, duas funcionárias que trabalharam na apuração das eleições presidenciais de 2020 no Estado da Geórgia. No total, as duas deverão receber uma quantia de US$ 148 milhões (R$ 842 milhões).
Segundo os cálculos da Justiça, só o apartamento em Manhattan de Giuliani, que também é ex-prefeito de Nova York, está avaliado em US$ 5 milhões (R$ 28, 45 milhões).
Difamação
O ex-advogado do candidato republicano ajudou ativamente Donald Trump a difundir suas falsas alegações de que a eleição de 2020 teria sido roubada.
Giuliani fez repetidas alegações falsas de que um vídeo de vigilância mostrava Moss e Freeman escondendo e contando malas cheias de cédulas ilegais em uma arena de basquete em Atlanta usada para processar votos durante as eleições de 2020.
Segundo investigação estadual, as mulheres processaram as cédulas de maneira legal e adequada. Os advogados das duas mulheres alegaram que as acusações faziam parte de uma conspiração que envolveu Trump, a sua equipe jurídica e veículos de comunicação pró-republicanos para ajudar Trump a semear dúvidas sobre a eleição e reverter a sua derrota para o democrata Joe Biden.
Julgamento
Giuliani havia sido considerado culpado em um julgamento realizado em dezembro de 2023. Segundo a decisão, ele difamou as mulheres com falsas acusações de que teriam ajudado a fraudar as eleições de 2020 contra Donald Trump no estado da Geórgia.
Após perder o processo, ele declarou falência.
Antes do julgamento, um juiz federal já havia determinado que Giuliani era responsável por difamação, imposição intencional de sofrimento emocional e conspiração civil.
“O Sr. Giuliani pensou que poderia fazer de Ruby e Shaye o rosto da fraude eleitoral porque as achava comuns e dispensáveis”, disse Michael Gottlieb, o advogado das mulheres, durante o julgamento.
Joseph Sibley, advogado de Giuliani, reconheceu que o seu cliente causou danos, mas disse que a pena que as queixosas pediam — pelo menos US$ 48 milhões — seria “catastrófica” para o seu cliente. Ele disse ao júri que Giuliani era um “bom homem”, referindo-se à sua atuação como prefeito de Nova York após o ataque às Torres Gêmeas de 11 de setembro de 2001.
“Rudolph Giuliani não deveria ser definido pelo que aconteceu nos últimos tempos”, disse Sibley durante seu argumento final perante o júri.

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