Ministro de Israel defende realocar israelenses na Faixa de Gaza: ‘A terra de Israel é nossa’
Itamar Ben-Gvir, membro de extrema direita do gabinete de Benjamin Netanyahu, discursou para centenas de pessoas em evento intitulado ‘Preparando para Reassentar Gaza’. Ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, discursa em evento intitulado ‘Preparando para Reassentar Gaza’, em 21 de outubro de 2024
Tomer Appelbaum/Reuters
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, defendeu nesta segunda-feira (21) a realocação de israelenses em assentamentos na Faixa de Gaza, território palestino destruído pela guerra travada pelos israelenses contra o Hamas.
“Se quisermos, podemos renovar os assentamentos em Gaza”, disse Ben-Gvir a centenas de pessoas que se reuniram para uma conferência ao ar livre intitulada “Preparando-se para Reassentar Gaza”, realizada a cerca de 3 km do território palestino.
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Enquanto os convidados discursava, era possível ver colunas de fumaça subindo em Gaza e ouvir fortes estrondos da artilharia à distância.
Ben-Gvir também pediu a Israel para “encorajar a emigração” de palestinos para fora de Gaza. “É a melhor solução e a mais moral, não pela força, mas dizendo a eles: ‘Estamos dando a vocês a opção, vão embora para outros países, a Terra de Israel é nossa'”, disse ele.
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Israel retirou sua força militar e seus colonos de Gaza em 2005, após uma ocupação de 38 anos, e Netanyahu já havia dito que não pretende manter novamente uma presença permanente de cidadãos israelenses no território palestino.
Mas, após mais de uma ano de guerra contra o Hamas, que controla a região politicamente, Netanyahu ainda não esclareceu quais planos Israel tem para Gaza após a guerra. Alguns de seus aliados no governo, como Ben-Gvir, no entanto, expressam abertamente desejos contrários ao do primeiro-ministro.
Quem é o ministro extremista de Netanyahu
Itamar Ben-Gvir é um dos maiores defensores dos assentamentos de colonos israelenses na Cisjordânia, considerados ilegais pela comunidade internacional.
Ele é acusado de incitar a violência contra árabes, e costumava exibir em seu próprio gabinete um retrato de Baruch Goldstein, terrorista judeu que matou 29 palestinos e feriu outros 125 em Hebron, na Cisjordânia, em 1994, num atentado conhecido como o Massacre do Túmulo dos Patriarcas.
O partido de Ben-Gvir é membro de uma coalizão considerada frágil até antes da guerra contra o Haams, que mantém Netanyahu com maioria no Knesset, o Parlamento israelense.
A conferência “Preparando para Reassentar Gaza” foi organizada por membros do partido Likud, de Netanyahu, e da organização Nahala, um grupo de colonos estabelecidos na Cisjordânia, que consideram que a anexação dos territórios palestinos a Israel é legal sob a alegação de que o local é a terra prometida para os judeus citada nas Escrituras.
A maioria da comunidade internacional considera os assentamentos construídos em território que Israel conquistou na Guerra de 1967 como ilegais. A expansão deles é vista como um obstáculo à paz na região, uma vez que os israelenses invadem a terra onde os palestinos almejam construir um Estado.