Atentado sofrido por Trump era ‘evitável e não deveria ter acontecido’, diz relatório da Câmara dos EUA

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Comitê da Câmara dos Deputados americana é um dos órgãos que investiga tentativa de assassinato contra o candidato republicano. Trump sofreu um tiro de fuzil na orelha enquanto discursava durante comício na Pensilvânia, em 13 de julho. Seguranças retiram Donald Trump de comício após tiros no local
AP Photo/Gene J. Puskar
A tentativa de assassinato contra o ex-presidente Donald Trump em um comício na Pensilvânia, em julho, era “evitável e não deveria ter acontecido”, afirmou o relatório de um comitê bipartidário da Câmara dos Deputados dos EUA que está investigando o atentado. O caso também cita “falhas impressionantes de segurança” no comício.
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O relatório de uma força-tarefa da Câmara, divulgado nesta segunda-feira (21), é apenas o mais recente a analisar as falhas amplas e variadas da aplicação da lei que antecederam o tiroteio de 13 de julho no comício em Butler, Pensilvânia, onde Trump foi atingido na orelha por um disparo. Um participante do comício foi morto no tiroteio, e outros dois ficaram feridos.
Membros da Câmara e do Senado têm repetidamente questionado por que o Serviço Secreto, uma agência responsável por proteger os principais líderes do país, não fez um trabalho melhor de comunicação com as autoridades locais durante o comício, especialmente no que se refere à segurança do edifício, amplamente reconhecido como uma ameaça à segurança, mas que, no fim das contas, foi deixado tão desprotegido que o atirador Thomas Matthew Crooks conseguiu subir e disparar.
Os legisladores, em seu relatório, focam nas “linhas fragmentadas de comunicação e cadeias de comando pouco claras” entre o Serviço Secreto e a polícia estadual e local da Pensilvânia, mas colocam a maior parte da culpa no Serviço Secreto pelo colapso da segurança.
“As forças de segurança federais, estaduais e locais poderiam ter abordado Thomas Matthew Crooks em vários momentos cruciais”, afirma o relatório. Os legisladores acrescentaram que, ao longo da tarde, “à medida que o comportamento de Crooks se tornava cada vez mais suspeito, as linhas fragmentadas de comunicação permitiram que ele escapasse da aplicação da lei” e subisse no telhado desprotegido, de onde eventualmente abriu fogo.
Comício de Trump é interrompido por tiros, na Pensilvânia
Falhas de comunicação levaram prejudicaram segurança de Trump
O Serviço Secreto dos Estados Unidos admitiu que falhas de comunicação prejudicaram a segurança de Donald Trump antes do atentado sofrido pelo candidato republicano à Presidência, em julho.
A informação foi revelada em relatório do Serviço Secreto sobre o atentado, divulgado nesta sexta. O documento aponta falhas tanto das autoridades locais quanto federais na segurança de Trump no comício –ambas eram responsáveis pela segurança de Trump no comício– e destacou “deficiências na comunicação” e erros em sequência e de amplo alcance que antecederam o atentado.
Entre os erros, o Serviço Secreto citou uma série de oportunidades perdidas pelas forças de segurança para deter Matthew Crooks, de 20 anos, que subiu em um telhado com um fuzil AR-15 e acertou Trump na orelha. A polícia havia identificado o suspeito cerca de uma hora antes dele realizar os disparos, segundo apuração do jornal americano “The New York Times”.
“É importante que nos responsabilizemos pelas falhas de 13 de julho e que usemos as lições aprendidas para garantir que não tenhamos outra falha de missão como essa novamente”, disse o diretor interino do Serviço Secreto, Ronald Rowe Jr. sobre o relatório divulgado pela agência federal de segurança.
Após ser atingido por um dos disparos, Trump foi retirado imediatamente do comício por agentes do Serviço Secreto. Crooks, que estava a cerca de 150 metros de onde o candidato republicano discursava, foi morto segundos após realizar os disparos por um sniper do Serviço Secreto. (Leia mais sobre o caso abaixo)
O documento deixa claro que o Serviço Secreto já sabia, antes do tiroteio, que o local do comício apresentava desafios de segurança.
Outro dos problemas listados pelo Serviço Secreto é que alguns policiais locais no local não estavam cientes da existência de dois centros de comunicação na área, o que significa que os oficiais não sabiam que o Serviço Secreto não estava recebendo suas transmissões de rádio.
As autoridades também comunicaram informações vitais fora das frequências de rádio do Serviço Secreto. Enquanto os oficiais procuravam Crooks antes do tiroteio, os detalhes estavam sendo transmitidos “via dispositivos móveis/celulares de maneira fragmentada”, em vez de pela própria rede do Serviço Secreto.
“A falha do pessoal em transmitir via rádio a descrição do agressor ou informações vitais recebidas da polícia local sobre um indivíduo suspeito no telhado do complexo AGR para todos os funcionários federais no local de Butler prejudicou a consciência coletiva de todo o pessoal do Serviço Secreto”, disse o relatório.
Essa falha foi especialmente problemática para a equipe de proteção de Trump, “que não foi informada sobre o quão focadas estavam as forças de segurança estaduais e locais, nos minutos anteriores ao ataque, em localizar o suspeito”. Se soubessem, diz o relatório, poderiam ter decidido retirar Trump enquanto a busca estava em andamento.
O relatório levanta questões mais sérias sobre por que não havia agentes de segurança posicionados no telhado que Crooks escalou antes de abrir fogo.
Embora a resposta falha tenha sido bem documentada por meio de testemunhos no Congresso, investigações da mídia e outras declarações públicas, o relatório marca a tentativa mais formal do Serviço Secreto de catalogar os erros ocorridos no comício.
O relatório foi divulgado pelo Serviço Secreto em meio a um momento de pressão para a agência federal de segurança. No último domingo (15), Trump sofreu outra tentativa de assassinato enquanto jogava uma partida de golfe em West Palm Beach, na Flórida. Um suspeito levou um fuzil ao local e foi preso antes que conseguisse mirar no político.
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Relembre o atentado
Donald Trump aparece com sangue no rosto e cercado por seguranças após tiros em comício
REUTERS/Brendan McDermid
Em 13 de julho, o ex-presidente sofreu um atentado a tiros durante um comício, na cidade de Butler, estado da Pensilvânia. Trump foi atingido por um tiro de raspão de um fuzil AR-15 na orelha direita e levado para o hospital.
Na ocasião, um homem que assistia o comício morreu e outros dois foram socorridos em estado grave. O atirador, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, carregava foi morto pelo Serviço Secreto.
Imagens do comício registraram o exato momento em que o comício foi interrompido. O candidato presidencial republicano se abaixou e pôs as mãos na orelha. Em seguida, com sangue no rosto, se levantou, ergueu o punho no ar e foi levado por seguranças a um carro que o aguardava.
“Eu levei um tiro que atingiu o pedaço superior da minha orelha direita. Eu soube imediatamente que algo estava errado quando ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando a pele. Sangrou muito, e aí me dei conta do que estava acontecendo”, escreveu Trump nas redes sociais.
Infográfico mostra atentado contra Trump
Arte/g1

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