Famílias expulsas de casa, falta de energia elétrica e civis no fogo cruzado: veja a situação no Líbano após ataques de Israel
Já são mais de um milhão de libaneses deslocados à força. Moradores no sul do país estão entre os mais afetados, segundo relato do documentarista Gabriel Chaim ao Estúdio i. Veja como está a situação do Líbano após os ataques de Israel
Famílias expulsas de casa, civis no meio do fogo cruzado e falta de energia elétrica são situações que têm ficado cada vez mais frequentes após os ataques israelenses contra o Líbano.
Já são mais de um milhão de libaneses deslocados à força. Moradores em cidades no sul do país, que estão mais perto da fronteira com Israel, estão entre os mais afetados pelos deslocamentos à força, segundo relato do documentarista Gabriel Chaim, que está no Líbano, ao programa Estúdio i, da GloboNews.
Quase duas semanas após Israel invadir o território libanês, o Exército do Líbano reagiu nesta quinta-feira (3) à ofensiva e entrou no conflito pela primeira vez. Numa nova escalada da guerra, as Forças Armadas dispararam contra soldados israelenses.
Nesse período, os bombardeios de Israel já deixaram 1.974 pessoas mortas, sendo 127 crianças, de acordo com o Ministério da Saúde libanês. O número ultrapassou o balanço total de mortos na guerra do Líbano em 2006 — quando Israel também invadiu o país vizinho para lutar contra o grupo Hezbollah.
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Deslocamentos à força
No vídeo acima, Chaim conta que as famílias de cerca de 20 cidades receberam um ultimato dias atrás do exército israelense para que abandonassem suas casas no sul do país, onde os confrontos com o Hezbollah têm se intensificado.
Entre os deslocados, há também brasileiros, como uma família que vivia na região de Marjaayoun, no sul do Líbano, e deixou sua casa para trás e está agora na cidade de Aley, a cerca de 15 km de Beirute, mais no centro do país.
Parte da população que não saiu a tempo acreditando que a guerra não chegaria ali agora está presa no meio do fogo cruzado sem ter como fugir.
Na capital, o documentarista relata que, com os bombardeios, muitas pessoas também tiveram de deixar suas casas de uma hora para a outra e estão morando nas calçadas. De acordo com ele, os aluguéis subiram muito e elas não conseguem alugar apartamento.
Os problemas no fornecimento de energia elétrica, muito comuns no país, que vive uma crise política e econômica há anos, também se agravaram.
O governo libanês não consegue suprir a demanda por energia, e a população depende de geradores elétricos para ter luz 24 horas por dia. Com o acirramento do conflito, a dificuldade para manter os geradores funcionando só tem aumentado.
Entre os que tentam fugir da guerra, há quase 3 mil brasileiros que pediram ajuda ao governo do Brasil para voltar ao país. A maioria é de moradores do Vale do Bekaa e da capital.
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