Israel afirma ter matado Nabil Kaouk, líder do Hezbollah
Nos últimos dias, os militares israelenses também mataram o oficial sênior Ali Karaki e o número 1 do grupo extremista, Sayyed Hassan Nasrallah. Israel ataca dezenas de alvos do Hezbollah no domingo (29)
As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram, em nota, que mataram outros líderes do Hezbollah. Entre eles, estavam o oficial sênior do grupo extremista Ali Karki e o líder Nabil Kaouk.
No último sábado (28), o país já havia anunciado a morte de Sayyed Hassan Nasrallah, número 1 e principal rosto do Hezbollah, que comandava o grupo extremista libanês desde 1992 e foi o responsável por levar o grupo, fundado para lutar contra Israel, para a vida política do Líbano.
Segundo os militares israelenses, as forças aéreas de Israel atingiram uma série de alvos no Líbano neste domingo, “incluindo lançadores que estavam apontados para o território de Israel”, depósitos de armas e uma “infraestrutura adicional” do grupo extremista.
O Hezbollah ainda não comentou sobre Kaouk, mas seus apoiadores têm publicado mensagens de luto por ele desde sábado.
Os ataques aconteceram na noite de sábado para domingo e mataram ao menos 11 pessoas. Ao longo das duas últimas semanas, mais de 1 mil pessoas foram mortas e 6 mil ficaram feridas.
Os ataques estão sendo realizados diariamente desde a segunda-feira (23), quando cerca de 500 pessoas foram mortas no dia mais sangrento no Líbano desde a guerra de 2006 entre israelenses e o grupo extremista. Também têm sido registrados ataques aéreos por parte do Hezbollah, boa parte deles interceptados.
Os militares israelenses também afirmaram nas redes sociais que teriam “eliminado” quase toda a cadeia de comando do grupo extremista. Além de Kaouk e Hassan Nasrallah, Israel também teria matado:
Ibrahim Muhammad Qahbisi, chefe do Comando de Mísseis e Foguetes
Ibrahim Aqil, chefe de Operações e comandante da Força Radwan
Fuad Shukr, comandante militar de mais alta patente na organização e chefe da unidade estratégica da organização
Ali Karki, comandante do Hezbollah da fronteira sul do Líbano, que faz divisa com Israel
Wissam al-Tawil, comandante da Força Radwan
Abu Hassan Samir, chefe da unidade de Treinamento da Foça Radwan
Muhammad Hussein Srour, comandante do Comando Aerial
Sami Taleb Abdullah, comandante da unidade Nasser
Mohammed Nasser, comandante da unidade Aziz
Em resposta, o Hezbollah afirmou que continuaria lutando contra Israel, e continuou a disparar foguetes contra o país.
Morte de Hassan Nasrallah
A morte de Hassan Nasrallah aconteceu na última sexta-feira (27), durante um ataque aéreo massivo de Israel às sedes do grupo extremista no subúrbio de Beirute. O primeiro-ministro libanês anunciou três dias de luto pela morte e alertou que o país está vivendo um momento perigoso.
Segundo analistas, a morte do líder do grupo Hezbollah tem um peso político maior do que a de Osama bin Laden ou de Saddam Hussein, enfraquece consideravelmente a posição do Irã na região e faz Teerã apostar todas as suas fichas em seu programa nuclear, segundo analistas.
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O chefe do Hezbollah conduziu o grupo libanês durante décadas de conflito com Israel, supervisionando sua transformação em uma força militar com influência regional e tornando-se uma das figuras árabes mais proeminentes das últimas gerações — com apoio iraniano.
Entre os apoiadores, Nasrallah foi elogiado por enfrentar Israel e desafiar os Estados Unidos. Para os inimigos, ele foi o chefe de uma organização terrorista e um representante da teocracia islâmica xiita do Irã em sua disputa por influência no Oriente Médio.
Ele se tornou secretário-geral do Hezbollah em 1992, aos 35 anos, tornando-se a face pública de um grupo que antes era obscuro e fundado pelas Guardas Revolucionárias do Irã em 1982 para combater as forças de ocupação israelenses.