Celso Amorim diz que governo estuda resgate de brasileiros no Líbano, mas que operação ‘não é fácil’
Assessor especial da Presidência para assuntos internacionais afirmou que rota agora é mais perigosa do que quando o Brasil fez resgate no Líbano em 2006. País do Oriente Médio tem sido alvo de ataques aéreos de Israel. O diplomata Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, disse nesta quinta-feira (26) que o governo estuda uma operação de resgate de brasileiros no Líbano. O país do Oriente Médio está sob ataques aéreos de Israel, que mira alvos do grupo terrorista Hezbollah no território libanês.
Dois brasileiros civis já morreram em razão dos ataques.
Mesmo antes das mortes confirmadas, o Brasil já cogitava resgatar seus cidadãos no Líbano. Amorim, no entanto, afirmou que a busca de brasileiros na região “não é fácil”, em razão de questões geopolíticas e de logística.
Em 2006, também em um momento de ataques ao Líbano, o Brasil realizou uma operação de resgate. Mas, para Amorim, a situação agora é mais complexa.
“Há a possibilidade de tentarmos um resgate, sim. Mas ressalto que não é fácil. Ele é ainda mais difícil do que o que fizemos em 2006, por diversos motivos, entre eles o fato de a rota entre Líbano e Turquia, que foi muito usada em 2006, ser hoje muito perigosa. O Itamaraty está mapeando a melhor opção”, afirmou o assessor especial.
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Amorim lembrou da relação entre Brasil e Líbano, em que muitos libaneses emigraram para cidades brasileiras no passado e, consequentemente, geraram um fluxo de descendentes que nasceram no Brasil e eventualmente vão para o país do Oriente Médio.
“As mortes brasileiras são muito tristes. Não é uma questão de agourar, mas de entender o cenário. E na segunda-feira (23) eu citei aqui em Nova York [onde participou de Assembleia da ONU] que o ataque de Israel ao Líbano trazia riscos para de uma guerra total, com alta possibilidade de baixas brasileiras, devido à quantidade de brasileiros que vivem lá”, completou.