Naufrágio de iate de luxo na Sicília: esperança de encontrar desaparecidos é pequena
As buscas pelo bilionário Mike Lynch e a filha de 18 anos e outros 4 passageiros foi retomada na manhã desta quarta-feira (21) após ser interrompida na noite anterior. Jonathan Bloomer, Mike Lynch e Christopher Morvillo
Linkedin/Reprodução; Henry Nicholls/Reuters; Clifford Chance/Divulgação
A busca pelos seis passageiros desaparecidos a bordo do luxuoso veleiro Bayesian, do magnata britânico Mike Lynch, que naufragou na segunda-feira (19) na costa da Sicília, na Itália, foi retomada na manhã desta quarta-feira (21), mas as esperanças de encontrar sobreviventes são escassas.
As operações de busca “terminaram ontem à noite e foram retomadas ao amanhecer”, informaram os bombeiros nesta quarta em um post na rede X. Na véspera, mergulhadores conseguiram entrar no veleiro, que está tombado a 50 metros de profundidade.
Como o iate está deitado de lado, os mergulhadores têm apenas de 8 a 10 minutos para inspecioná-lo antes de ter que voltar à tona. O trabalho está sendo prejudicado por espaços “muito confinados” dentro do naufrágio, disse o porta-voz do corpo de bombeiros Luca Cari à agência de notícias Reuters.
A Guarda Costeira italiana afirma que está usando um veículo operado remotamente para inspecionar o fundo do mar e tirar fotos e vídeos subaquáticos que podem fornecer “elementos úteis e oportunos” para as investigações em andamento sobre o desastre.
O que se sabe sobre iate que naufragou na Itália
Nesta terça-feira (20), um oficial, o capitão Vincenzo Zagarola, disse em entrevista a uma rádio italiana que era “difícil imaginar” que as buscas pudessem terminar bem.
No entanto, especialistas apontam que veleiros como o Bayesian são projetados com portas herméticas que podem criar “bolsões de ar”, o que pode permitir que sobrevivam por um tempo.
“Houve casos de sobreviventes neste tipo de bolsas de ar. É simplesmente impossível prever se bolsões de ar se formaram no Bayesian”, lembrou Jean Baptiste Souppez, especialista britânico em engenharia e membro da Royal Institution of Naval Architects, citando o caso de um marinheiro nigeriano que foi resgatado em 2013 depois de passar quase três dias preso em um bolsão de ar.
Ficha técnica Bayesian
Dhara Assis, Bianca Batista e Kayan Albertin/Arte g1
Horas antes do tornado ocorrido na madrugada de segunda-feira, a festa estava a todo vapor no Bayesian, veleiro de 56 metros de comprimento de bandeira britânica, ancorado a 700 metros do porto de Porticello, a leste de Palermo; 12 passageiros e 10 tripulantes estavam a bordo.
Mike Lynch, rico empresário apelidado de “Bill Gates britânico”, celebrava com os seus amigos, colaboradores e advogados a sua absolvição, em junho, em um julgamento por fraude nos Estados Unidos que poderia ter lhe custado anos de prisão.
O veleiro afundou em poucos minutos e 15 pessoas, incluindo nove tripulantes, foram resgatadas. O chef da equipe foi encontrado morto.
Os desaparecidos são Mike Lynch e sua filha Hannah, Jonathan Bloomer, presidente do conselho de administração do Morgan Stanley International, assim como sua esposa, e Chris Morvillo, advogado que defendeu Mike Lynch em seu julgamento nos Estados Unidos, e sua esposa.
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Local do naufrágio do Bayesian
Dhara Assis, Bianca Batista e Kayan Albertin/Arte g1
Como ocorreu o naufrágio do Bayesian
Dhara Assis, Bianca Batista e Kayan Albertin/Arte g1