VÍDEO flagra momento em que avião da Latam bate a cauda ao decolar de Milão
O incidente, conhecido como “tail strike”, ocorreu na manhã da última terça (9). Aeronave ficou voando em círculos para despejar combustível antes de voltar ao aeroporto, uma hora e meia depois de decolar. ‘Tail strike’: Avião da Latam arrasta cauda no chão antes de decolagem em Milão
Um vídeo flagrou o momento em que um Boeing 777-300 da Latam arrasta a cauda na pista antes de decolar do aeroporto de Malpensa, em Milão, na Itália. O incidente obrigou a aeronave, que ia para São Paulo, a retornar para o mesmo local após voar em círculos para queimar combustível.
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A ocorrência é conhecida como “tail strike”. Em nota, a Latam lamentou o episódio, informou que o desembarque ocorreu normalmente e em segurança e disse que os passageiros do voo voo LA8073 foram reacomodados em outros voos.
O tail strike ocorre quando a fuselagem do avião bate na pista. O evento pode causar danos estruturais à aeronave e, a depender da gravidade, levar à perda do controle —mas com baixo risco de fatalidades.
Avião da Latam arrasta cauda no chão ao decolar do aeroporto de Milão
Reprodução/Redes sociais
As conclusões estão no documento “Tail Strikes no pouso e na decolagem – Avaliação de Risco de Segurança”, divulgado em dezembro de 2023 pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) para a comunidade aeronáutica. A entidade representa mais de 330 companhias aéreas em todo o mundo, o equivalente a 80% do tráfego aéreo global.
Nuvem de fumaça no ponto onde avião da Latam bateu a cauda
Redes sociais
‘Tail strike’ fez avião da Latam retornar a aeroporto após decolar em Milão; entenda
Saiba mais a seguir:
Quando ocorre o tail strike?
Em decolagens, pousos ou arremetidas. quando há contato da aeronave com a pista. No caso do avião da Latam, o incidente ocorreu na decolagem.
É comum?
De acordo com um banco de dados de prevenção e monitoramento de tendências da Iata, 9% dos acidentes entre 2013 e 2022 estiveram relacionados ao tail strike. E 2022, houve 24 ocorrências desse tipo, das quais 6 foram classificadas como acidentes. Entre janeiro e outubro de 2023, houve 43 ocorrências.
O tail strike acontece mais durante o pouso ou na decolagem?
Segundo os dados da Iata, 79% dos acidentes envolvendo tail strike se deram durante o pouso ou durante arremetidas. No caso do avião da Latam, o episódio ocorreu na decolagem.
Trajeto de voo da Latam que voltou para Milão
Reprodução/FlightAware
O que pode provocar um tail strike na decolagem?
Segundo a Iata, entre os motivos mais comuns estão:
A tripulação ter decidido tirar o avião depois do momento ideal, ou alguma falha na técnica de pilotagem;
Ventos, tesoura de vento ou turbulência durante a decolagem;
Aeronave fora do centro de gravidade ideal, devido a falha no cálculo de peso e balanceamento, o que a pode deixar mais pesada no fundo, por exemplo;
Inserção de dados incorretos no computador de bordo que calcula a performance da decolagem;
Aeronave configurada incorretamente para a decolagem.
Quais as consequências de um tail strike na decolagem?
No caso do avião da Latam, a aeronave seria inspecionada em busca de danos estruturais.
“Embora normalmente haja um baixo risco de fatalidades, essas ocorrências podem causar danos significativos às aeronaves, resultando em milhões de dólares em reparação e em perda de receitas” para as companhias aéreas, diz o documento da Iata —uma vez que, durante o conserto, os aviões deixam a malha aérea.
Segundo a Iata, entre as consequências e riscos mais comuns de um tail strike estão:
Perda de controle em voo
Aeronave pode parar depois da pista, caso o avião não consiga decolar;
Aeronave pode seguir voo com problemas
Se o tail strike for causado por algo na pista, como um objeto, o avião seguinte pode sofrer o mesmo problema
A Iata orienta as companhias aéreas a monitorar todos os eventos de forma a identificar os fatores mais comuns e, assim, evitar que novos incidentes/acidentes aconteçam. O documento “Tail Strikes no pouso e na decolagem – Avaliação de Risco de Segurança” também lista a necessidade de treinamentos específicos de tripulação, como com simuladores, que devem ser feitos.
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