Com mais força que o previsto, furacão Beryl chegará à Jamaica nas próximas horas após deixar 7 mortos no Caribe

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Fenômeno é o primeiro na categoria 5 a atingir o Caribe em um mês de junho. Furacão ganhou intensidade em pouco tempo e tem ventos de mais de 240 km/h. Imagem aérea feita com drone mostra força das ondas em Santo Domingo, na República Domicana, durante passagem do furacão Beryl, de categoria 5, em 2 de julho de 2024.
nstagram/@moises.arias06/via Reuters
O furacão “Beryl”, o maior a atingir o Caribe nesta época do ano, chegará nas próximas horas à Jamaica, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês).
Em boletim na manhã desta quarta-feira (3), o NHC disse que o Beryl alcançará a costa jamaicana por volta do meio-dia no horário local (10h pelo horário de Brasília), com mais força que o previsto — o furacão ainda tem ventos de mais de 240 km/h, o que o mantém classificado na categoria 5, a máxima.
A previsão inicial é que o Beryl tivesse perdido força já na tarde de terça-feira.
Desde que tocou solo, em uma ilha de Granada, país no sudeste do Caribe, na segunda-feira (1º), o furacão já deixou sete mortos, um em São Vicente e Granadinas, três na Venezuela e três em Granada, segundo autoridades locais.
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Esta é a primeira vez que um fenômeno do tipo chega ao Caribe em um mês de junho já com essa força, o que fez autoridades preverem uma temporada de furacões severos na região.
Classificado pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês) como “extremamente perigoso”, o Beryl surgiu como uma tempestade tropical e se tornou furacão no fim de semana. Ele subiu de para a categoria 5 em um intervalo de apenas dez horas.
O Beryl é inédito no Caribe, porque é a primeira vez que um furacão de categoria 5 atinge a região em um mês de junho — a temporada de furacões no Caribe e nos Estados Unidos normalmente vai de julho a setembro, acompanhando o verão no Hemisfério Norte.
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Furacão Beryl deixa rastro de destruição no Caribe
O que significa um furacão categoria 5?
A medição se dá com base numa escala criada nos anos 1970 pelo engenheiro Herbert Saffir e pelo meteorologista Robert Simpson nos EUA —por causa disso, ela ganhou o nome de escala Saffir-Simpson.
Veja abaixo a escala de acordo com a intensidade:
Categoria 1: potencial de causar alguns danos, com ventos de 119 a 153 km/h. Pode causar danos ao telhado, quebrar galhos grandes de árvores e linhas de energia;
Categoria 2: potencial de causar grandes danos, ventos de 154 km/h a 177 km/h. Casas podem sofrer danos estruturais. Árvores são arrancadas e bloqueiam estradas. Interrupções de energia são frequentes;
Categoria 3: potencial de causar danos devastadores, com ventos de 178 km/h a 208 km/h. Grandes danos a construções. Muitas árvores serão quebradas ou arrancadas. Eletricidade e água podem ficar indisponíveis;
Categoria 4: potencial de causar danos catastróficos, com ventos de 209 km/h a 251 km/h. Casas podem ser derrubadas, assim como postes de energia, com prejuízos à rede por semanas ou meses;
Categoria 5 (estágio atual do Beryl): potencial de causar danos catastróficos, com ventos de mais de 252 km/h. Muitas casas serão destruídas, com colapso da parede e perda do telhado. Áreas residenciais ficarão isoladas. Potencial de áreas ficarem inabitáveis por semanas ou meses.
Perto da Jamaica
Olho do Furacão Beryl é visto do espaço
O Beryl tocou solo na segunda-feira (1º) no na ilha de Carriacou, em Granada. Logo depois, passou por São Vicente e Granadinas e Barbados. Agora, segundo um boletim do NHC desta terça-feira (2), se aproxima da Jamaica, onde deve passar nesta quarta-feira (3).
Durante a semana, o furacão continuará avançando pelo Caribe em direção à costa do México. No entanto, as autoridades projetam que o fenômeno perca força ao longo dos dias. Ainda assim, alertas foram emitidos para as Ilhas Cayman, Belize e para cidades que estão no sudoeste do Golfo do México.
ENTENDA: Por que furacão Beryl, inédito no Caribe, ganhou status de ‘extremamente perigoso’
Homens puxam barco atingido por passagem de furacão Beryl em Bridgetown, em Barbados, em 1º de julho de 2024.
Ricardo Mazalán/ AP
Furacão Beryl é visto do espaço
Reprodução/Reuters
Intensidade
Furacão Beryl sobe para categoria 5
O Beryl é o primeiro da temperada de furacões na região — que geralmente vai de julho a setembro — e o maior já registrado em um mês de junho na história do Caribe.
O furacão começou a se formar na última semana como uma instabilidade e foi ganhando força. Veja a cronologia:
🌪️ 25 de junho: começa uma instabilidade na atmosfera, favorecendo a formação de uma tempestade;
🌪️ 28 de junho: o que era uma instabilidade, ganha força seguindo em direção ao Caribe e se transforma em uma tempestade tropical. Até aqui, a previsão era de ventos de 56 km/h;
🌪️ 30 de junho: passou a ser classificado como furacão e entrou na categoria 3 (de uma classificação que vai até 5)
🌪️ Ainda no dia 30 de junho: passou a categoria 4, com alerta de extremo perigo, com ventos de até 240 km/h.
🌪️ 1º de julho: reclassificado para a categoria 5.
Segundo o NHC, uma tempestade tão poderosa no início da temporada de furacões, que vai de junho ao final de novembro no Atlântico, é extremamente rara.
Especialistas afirmam que o Beryl ganhou essa proporção em tão pouco tempo por causa das águas ferventes do oceano. As temperaturas na região onde a tempestade se formou estão até 3°C acima da média.
Projeção indica caminho do furacão Beryl pelo Caribe
NHC/Reprodução
No fim de maio, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) já havia adiantado que a temporada de furacões deste ano seria “extraordinária”, com até sete tempestades de categoria 3 ou superior.
Ilhas no Caribe se preparam para chegada do Furacão Beryl com ventos de 195 km/h
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