Eleições nos EUA 2024: deputado democrata é primeiro a defender publicamente que Biden saia da disputa
Lloyd Doggett, membro da Câmara dos Deputados americana pelo Texas, tornou-se o primeiro do partido a se manifestar publicamente sobre o assunto. O presidente Biden está sendo pressionado a desistir da disputa após a derrota para Trump em debate na semana passada. Deputado democrata Lloyd Doggett, do Texas, tornou-se o primeiro político do partido a pedir publicamente a desistência de Joe Biden da corrida presidencial em 2 de julho de 2024.
AP Photo/Lauren Victoria Burke, File
Um deputado democrata defendeu publicamente que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desista da corrida à presidência do país nesta terça-feira (2). Lloyd Doggett, membro da Câmara dos Deputados americana pelo Texas, tornou-se o primeiro do partido a se manifestar publicamente sobre o assunto, citando a incapacidade de Biden no debate de “defender efetivamente suas muitas conquistas”.
Em comunicado, Doggett disse que Biden deveria “tomar a difícil e dolorosa decisão de se retirar”.
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“Reconhecendo que, ao contrário de Trump, o primeiro compromisso do presidente Biden sempre foi com nosso país, não com ele mesmo, espero que ele tome a difícil e dolorosa decisão de se retirar. Eu, respeitosamente, peço que ele faça isso”, disse o deputado.
A atitude de Doggett, que está em seu 15º mandato no Congresso americano, deu um passo além em relação ao burburinho que tomou o partido democrata desde a derrota de Biden no debate contra Donald Trump na última quinta-feira (27). Até então, membros do partido haviam se manifestado apenas em apoio ao presidente, apesar de diversos veículos americanos reportarem que a alta cúpula democrata planejava a portas fechadas um possível candidato para o substituir na corrida eleitoral.
O fraco desempenho de Biden causou pânico imediato até mesmo entre seus apoiadores mais fervorosos, levando muitos a questionar se o presidente, de 81 anos, seria o candidato democrata mais forte para enfrentar Trump em novembro.
A declaração de Doggett veio minutos após a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, também uma democrata, dizer à rede americana “MSNBC” que acredita ser “uma questão legítima” se o desempenho vacilante de Biden é apenas “um episódio ou uma condição.”
“Quando as pessoas fazem essa pergunta, é legítima — para ambos os candidatos”, disse Pelosi.
Pelosi disse que não havia falado com Biden desde o debate, mas enfatizou que o presidente está “no auge de suas capacidades, em termos de conhecimento das questões e do que está em jogo.”
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Conversa com a família
Em meio a pedidos pela desistência na corrida presidencial, Biden se reuniu com sua família no domingo (30), que o aconselhou a permanecer na disputa pela reeleição.
Aproveitando um encontro familiar em Camp David, parentes do presidente norte-americano opinaram que ele não deve desistir, como sugeriram membros de seu partido e uma série de editoriais de jornais dos EUA na sexta-feira (28).
A possibilidade de que Biden abandonasse a corrida à Casa Branca foi levantada após o desempenho do presidente dos EUA no primeiro debate das eleições de 2024, na noite de quinta-feira (29). Hesitante e pouco reativo, Biden enfrentou seu adversário, o republicano Donald Trump.
O presidente dos EUA, Joe Biden, fala ao telefone acompanhado das netas, Natalie Biden e Finnegan Biden, e da esposa, a primeira-dama Jill Biden, em Camp David, em 30 de junho de 2024.
Evan Vucci/ AP
No domingo, a família do democrata também criticou a forma como a equipe da campanha preparou Biden para o confronto, de acordo com quatro pessoas próximas disseram à Associated Press.
Biden passou o domingo isolado com a primeira-dama, Jill Biden, e seus filhos e netos. A viagem havia sido previamente agendada para uma sessão de fotos com Annie Leibovitz para a próxima Convenção Nacional Democrata.
Mas a reunião familiar acabou sendo também um exercício para tentar descobrir como acalmar a ansiedade de membros e doadores do Partido Democrata que explodiu após o desempenho de Biden na quinta-feira (27).
Embora a família do presidente dos EUA estivesse ciente de como ele teve um desempenho ruim contra Donald Trump, eles também continuam a pensar que Biden é a melhor pessoa para derrotar o candidato republicano.
A esposa, os filhos e netos de Biden também acreditam que ele é capaz de exercer o cargo de presidente por mais quatro anos, segundo disseram pessoas próximas à Associated Press sob condição de anonimato.
Entre os mais expressivos no encontro, estavam a primeira-dama Jill Biden e o filho de Joe Biden Hunter, a quem o presidente costuma recorrer em busca de conselhos.
Ambos acreditam que o presidente não deveria desistir no momento em que é alvo de críticas e acham que ele pode se recuperar do que consideram um desempenho abaixo da média.
Corrida contra o tempo
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Já os membros da campanha de Biden passaram os dias desde o debate trabalhando para manter os doadores e a bordo enquanto os democratas questionavam cada vez mais se Biden deveria permanecer na corrida.
Mesmo antes do debate, a idade do presidente democrata de 81 anos já era uma questão para os eleitores, e o confronto no horário nobre pareceu reforçar as preocupações profundas do público diante talvez da maior audiência que ele terá nos quatro meses. até o dia da eleição.
Segundo a rede CNN Internacional, que fez o debate, mais de 51 milhões de pessoas assistiram ao debate.
Enquanto o presidente estava reunido com sua família, democratas proeminentes se reuniram para fazer uma demonstração pública de apoio à sua campanha no domingo.
“Não acredito que Joe Biden tenha problemas para liderar nos próximos quatro anos”, disse um aliado próximo, o deputado democrata James Clyburn, da Carolina do Sul. “Joe Biden deveria continuar concorrendo em seu histórico.”
O senador Raphael Warnock, democrata e batista da Geórgia, fez eco da mensagem de outros apoiadores de que Biden teve um mau debate, mas uma vida inteira de boa governação.
Warnock, como Clyburn e outros, centrou-se nas muitas mentiras de Trump durante o debate — lapsos que Biden e os moderadores do debate muitas vezes falharam em verificar os fatos no palco — incluindo sobre o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio por apoiadores de Trump, imigração e o resultado das eleições de 2020.