Ação realiza soltura de 2 mil caranguejos-uçá que foram capturados no defeso no Amapá
Animais foram apreendidos em uma operação do ICMBio e Ibama. Soltura ocorreu na segunda-feira (27) na Estação Ecológica Maracá-Jipióca. ICMBio e Ibama soltam 2 mil caranguejos-uçá capturados no defeso, no Amapá
ICMBio/Divulgação
Cerca de 2 mil caranguejos-uçá foram soltos na segunda-feira (27) na Estação Ecológica Maracá-Jipióca, um dos habitats naturais da espécie no litoral do Amapá. Os animais, que estão no período de defeso, estavam dentro de uma embarcação que foi apreendida na madrugada do último domingo (26) no Rio Amazonas.
A apreensão foi realizada durante uma operação conjunta entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e o Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amapá.
Os animais foram capturados de forma irregular no entorno da Reserva Biológica do Lago Piratuba, que é uma unidade de conservação e proteção integral no litoral amapaense.
ICMBio e Ibama apreendem embarcação com 2 mil caranguejos-uçá capturados no defeso, no Amapá
ICMBio/Divulgação
No período de defeso a captura e venda ficam proibidas com o objetivo de preservar a espécie do crustáceo, que neste período entra em fase de reprodução. O analista ambiental do ICMBio, Bruno Costa, descreveu como ocorreu a ação dos agentes federais.
“A equipe abordou a embarcação no Rio Amazonas e constatou a presença de 40 sacos de ráfia com mais de 2 mil caranguejos uçá vivos que estavam sendo transportados para Macapá. Eram cerca de 400 quilos dos animais que foram capturados de forma ilegal”, disse o analista.
A operação teve o objetivo de coibir a captura, transporte e comercialização de caranguejos-uçá na região, devido ao período de defeso, que teve um dos períodos entre de 21 a 26 de fevereiro.
Segundo o ICMBio, o piloto da embarcação informou que iria atracar no Canal do Jandiá e fazer a entrega dos caranguejos paras serem comercializados em feiras e restaurantes de Macapá.
Defeso do caranguejo uçá
ICMBio e Ibama soltam caranguejos-uçá capturados no defeso, no Amapá
ICMBio/Divulgação
Em janeiro, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) publicou um documento com as datas do defeso. Conhecida como “andada”, a época reprodutiva se dá quando os caranguejos saem das tocas e andam aos montes pelos manguezais, em busca de acasalamento e liberação de ovos.
Neste período, o descumprimento do defeso resulta penalidades e multas para os envolvidos. Assim, o documento enfatiza ainda que quem possuir o caranguejo em estoque (vivos, congelados, pré-cozidos, inteiros em parte), deve preencher um formulário de declaração.
ICMBio e Ibama soltam caranguejos-uçá capturados no defeso, no Amapá
ICMBio/Divulgação
Quem ainda não teve acesso ao formulário deve procurar a sede da Sema na Avenida Mendonça Furtado, 53, Central, das 8h às 13h.
Uma portaria do Ministério da Agricultura, pecuária e Pesca (Mapa) também proíbe a captura, o transporte, o beneficiamento, a industrialização, a comercialização de qualquer indivíduo da espécie caranguejo-uçá.
A medida vale para os estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, durante o período da andada.
Veja as datas do defeso no AP:
Fevereiro de 20 a 26
Março de 21 a 27 (lua nova)
Abril de 20 a 26 (lua nova)
Outras ações da operação
Durante o patrulhamento fluvial da operação, foi abordada uma embarcação transportando 12,6 m³ de madeira de andiroba sem o documento de origem. A carga foi apreendida pelo Ibama e os responsáveis foram autuados.
Outro grupo de agentes do Ibama em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em patrulhamento realizado de 21 a 26 de fevereiro na BR-156 e ramais no trecho de Tartarugalzinho, Itaubal e Pracuúba, apreendeu 10 curiós e aproximadamente meia tonelada de peixes das espécies tambaqui e matrinchã, protegidas pelo período de defeso da pesca continental.
Os órgãos Ambientais Federais, ressaltaram que o monitoramento e controle é realizado constantemente, e buscam coibir as práticas ilegais. Também pedem a colaboração da população para que fique atenta para os períodos de defeso, não só do caranguejo, mas para outras espécies.
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