Presidente da Bolívia nega envolvimento em tentativa de golpe de Estado
Luis Arce afirmou que ex-comandante do Exército agiu por conta e que não conhecia planos para movimentação militar. General que liderou ato foi preso, na quarta-feira (26). Luis Arce, pesidente da Bolívia, nomeia novos chefes das Forças Armadas após tentativa fracassada de golpe, em 26 de junho de 2024
Josue Cortez/Reuters
O presidente da Bolívia, Luis Arce, negou ter envolvimento na tentativa de golpe de Estado, nesta quinta-feira (27). Ele havia sido acusado de orquestrar o ato pelo general e ex-comandante do Exército Juan José Zúñiga.
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O general acabou preso após a tentativa de golpe, que aconteceu em La Paz na tarde de quarta-feira (26). Pouco antes de ser detido, ele afirmou a jornalistas que Arce tinha conhecimento do plano e que tudo seria feito para aumentar a popularidade do presidente.
Já nesta quinta, Arce afirmou que não foi informado sobre as intenções de Zúñiga e que o ex-comandante agiu por conta.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Arce confrontando Zuñiga após a invasão ao palácio. Na discussão, o presidente ordena que o ex-comandante do Exército desmoralize as tropas. Arce comentou o momento durante uma coletiva de imprensa.
“Ele me disse que não seguiria minhas instruções para retirar as tropas. Ele estava violando ordens que lhe dei como comandante-geral das Forças Armadas. Isso não pode ser um planejamento de autogolpe”, afirmou.
Zúñiga foi destituído do cargo de comandante-geral do Exército um dia antes da tentativa de golpe. O general foi afastado após afirmar que prenderia o ex-presidente Evo Morales caso ele fosse eleito nas eleições de 2025.
Além de Zúñiga, Juan Arnez Salvador, ex-comandante da Marinha, também foi detido.
A Procuradoria-Geral da Bolívia abriu uma investigação para apurar a tentativa de golpe. Além de Zúñiga e Salvador, outros militares envolvidos estão sendo investigados.
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A tentativa
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Na tarde de quarta-feira, membros das Forças Armadas invadiram um palácio do governo em La Paz, liderados por Zúñiga. Unidades do Exército também foram vistas agrupadas em ruas e praças da capital boliviana.
O presidente Luiz Arce pediu para que a democracia fosse respeitada e afirmou que “mobilizações irregulares” estavam acontecendo.
A tentativa de golpe foi feita em um contexto social de dificuldades econômicas e de protestos por parte da população boliviana.
Além disso, existe uma disputa entre o presidente Arce e Evo Morales. Os dois já foram aliados no passado, mas romperam após Morales anunciar que vai se candidatar às eleições de 2025. Ainda assim, ambos fazem parte do mesmo movimento político.
Zúñiga já criticou Morales várias vezes. No entanto, a afirmação de que ele prenderia Morales caso o ex-presidente fosse novamente eleito foi o estopim para que ele perdesse o cargo de comandante-geral do Exército.
A tentativa de golpe não recebeu apoio nem mesmo de opositores do governo Arce. Lideranças internacionais também criticaram o movimento, incluindo o presidente Lula.
Enquanto isso, Arce anunciou novos chefes do Exército, da Marinha e da Força Aérea e afirmou que militares que estivessem apoiando o golpe estavam “manchando o uniforme”.
O novo chefe do Exército, José Wilson Sánchez, ordenou que todos os militares mobilizados retornassem às próprias unidades.
Pouco tempo depois, veículos blindados do Exército saíram das ruas, e a polícia montou bloqueios em frente ao palácio do governo.
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