Caracóis africanos: bióloga orienta forma correta de combater proliferação do molusco no período chuvoso
Achatina fulica, nome científico do molusco terrestre, são originários da região Centro Norte da África e não têm predadores naturais no Brasil. Veja como combater proliferação de caracóis africanos no quintais
Neste período ainda chuvoso em Macapá, traz além de transtornos como alagamentos, dificuldades de locomoção pela cidade, traz proliferação de alguns “bichinhos” indesejáveis. É o caso dos caracóis africanos, também chamados de “caracóis gigantes”, que começaram a invadir quintais das casas de amapaenses e ambientes públicos que estão abandonados ou sem manutenção de limpeza.
A Achatina fulica, nome científico do molusco terrestre, são originários da região Centro Norte da África e não têm predadores naturais no Brasil. Pela cidade de Macapá, o caracol pode ser visto em maior quantidade no período chuvoso, em que da terra encharcada eles emergem do solo e aumentam a reprodução.
Achatina fulica, nome científico do molusco terrestre, são originários da região Centro Norte da África
Camila Karina Ferreira / g1
Os caracóis se alimentam de qualquer tipo de material orgânico, como restos de comida, fezes, plantas e lixo em geral. Por isso, higienizar adequadamente alimentos que são consumidos crus para evitar possíveis contaminações, além de limpar os ambientes, quintais e jardins é essencial para impedir a proliferação destes animais.
bióloga Tatiane Barbosa informou que no Brasil, a espécie foi trazida para a região sul do país, na década de 80
Camila Karina Ferreira / g1
De acordo com a bióloga Tatiane Barbosa, a espécie foi trazida para a região sul do país, na década de 80 para ser utilizada como iguaria, já que algumas pessoas apreciam o escargot. A ideia inicial era produzir numa escala maior mas para o paladar do brasileiro, não foi a melhor escolha.
“Aqui em Macapá nós tivemos o primeiro registro por volta de 2008, e uma publicação científica a respeito da situação em 2012. E esta não é a proliferação mais intensa dos moluscos terrestres. A ocorrência de achatina fulica já aconteceu tanto em Macapá quanto em Santana. Atualmente” não observamos as piores infestações”, ressaltou.
“Caracóis gigantes”, começaram a invadir quintais das casas de amapaenses
Camila Karina Ferreira / g1 AP
Os três principais problemas com a infestação dos caracóis
Há três problemas em relação a presença da achatina fulica no território brasileiro:
questão ecológica – pois ela pode competir, trazer prejuízos a espécies nativas;
questão econômica – como é um animal detritívoro, pode trazer grandes prejuízos para hortas e cultivo de alimentos;
questão da saúde – é essencial a higienização adequada para cada alimento cru que venha a ser ingerido, para evitar qualquer tipo de ingestão do molusco ou alimento contaminado por ele.
Segundo a bióloga, não existe nenhuma fórmula química recomendada (molucicida) para eliminar os caracóis do território, apesar disso, não há motivo para criar alarme ou pânico, e sim saber cuidar e ter responsabilidade com a limpeza do local onde vive. A especialista ressalta que jogar sal nos animais não é a solução mais apropriada.
“A única forma de minimizar a infestação é por meio do manejo ambiental, de acordo com as orientações. “Ao jogar sal, ele vai morrer, mas o sal vai salinizar o solo, se for área de jardim, esta área também será prejudicada e as conchas podem acumular água no período chuvoso e até contribuir como criadouro de Aedes aegypti”, explica.
Como combater:
Limpeza dos quintais, retirando material orgânico e todo o lixo acumulado.
Ao identificar os caracóis no tamanho de pequeno ovos similares a pérolas, a recomendação é quebrá-los.
A catação dos caracóis já adultos, deve ser feita com luvas ou com sacos plásticos nas mãos e depositados dentro de um balde com água fervente, e para cada litro de água, uma colher de hipoclorito de sódio.
As conchas devem ser esmagadas, com um martelo, por exemplo.
Plantar boldo também pode ser um repelente natural destes animais nos ambientes que são áreas de terra ou jardins.
Não há dados precisos sobre a soltura destes animais na natureza ou se eles fugiram dos viveiros que eram utilizados para produção.
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